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sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

CONTAREI-LHES UMA HISTÓRIA

Realmente não espero que um canalha como você leia algo com mais de 140 caracteres. Entretanto, estou cagando e andando.

O sujeito já tinha a arma embaixo da blusa. Suava ridiculamente, considerando que já havia feito aquilo inúmeras vezes. Considerava-se um verme nessas horas, porém sorriu ao pensar na possibilidade de descarregar suas balas em um verme mais podre ainda. Acendeu seu último cigarro antes de partir, e só então notou como a noite lhe era propícia: não havia estrela alguma, e uma neblina mais do que densa o envolvia, da cabeça aos pés. O frio congelante lhe obrigou a esfregar suas mãos, uma contra outra, mais para aliviar a tensão do que o próprio frio. Relembrou pela vigésima vez todo o complexo plano que lhe traria o sucesso na missão, que basicamente era ‘entrar, atirar, correr’. Ergueu a blusa, e teve um certo alívio ao ver que a automática ainda estava lá, aquela que iria lhe acompanhar durante toda a tarefa, e depois ia ser abandonada em um canto qualquer.

Colocou as luvas negras e jogou o cigarro fora, depois de dar uma longa tragada. Olhava no relógio constantemente, como se tudo dependesse dos segundos que se passavam, como se os milésimos fossem decidir como acabaria aquela noite. O sujeito decidiu que já estava na hora de partir, então partiu.

Seu destino era a quatro quarteirões de onde estava, e como sempre, chegou rápido demais. Não havia ninguém nas ruas quando olhou o prédio onde haveria de entrar e sair como um raio. Parou e leu a fachada: “Conrado Lustres”, e sorriu um pouco. Imaginou como seria esse porco com nome de Conrado, como seria seu rosto. Não demoraria a descobrir, e desejou que fosse tão rapidamente que o esqueceria com facilidade.

Confirmou que não havia realmente ninguém na rua quando olhou para os dois lados novamente, e então, pegou a pistola, e se preparou para entrar. Tirou um molho de chaves de um dos seus bolsos, foi tentando abrir a porta de vidro avermelhado, uma chave por vez. Conseguiu na última tentativa. Nesse momento disse a si mesmo que teria que fazer silêncio absoluto a partir dali.


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